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Artigo - Retornando às escrituras e rompendo com o Silêncio e a Indiferença

Mai 13, 2013
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Vivemos num mundo em ebulição. A transformação promovida pela globalização é algo inquestionável. Ao invés de apenas facilitar processos, a globalização tem aumentado a crise. A miséria tem mostrado sua cara feia como em poucos momentos da história. O abismo entre uns poucos que têm muito e a maioria que não possui o suficiente tem aumentado no mundo.


Se a globalização tem acentuado a desigualdade social no mundo, na América Latina de um modo geral e particularmente no Brasil, conquanto vivamos um período de mudanças significativas, a história não é diferente.
Caio Fabio D’Araújo Filho afirma que:
O Brasil é um país completamente tomado por antagonismos. De um lado, tem-se uma economia forte, um parque industrial moderno e uma das maiores riquezas naturais do planeta; do outro lado, tem-se a sexagésima quarta renda percapta do mundo, uma concentração econômica na qual uma minoria da população controla cerca de 70% dos bens do país, e uma dívida social descomunal, caracterizada pela existência de milhões de miseráveis.
Lado a lado, convivem mansões – copiadas das revistas mais sofisticadas do primeiro mundo – e casebres feitos de papelões e cheios de tanta sujeira que, nem mesmo os cães, acostumados à boa vida da casa dos ricos, conseguiriam neles viver... É dentro deste caldeirão de ambigüidades e antagonismos, que emerge, vive e acontece a Igreja Evangélica. A Igreja Evangélica não pode ficar fora de qualquer análise que se faça desse país.
Infelizmente, essa é a cara do Brasil. Um país em crise. E é no meio de toda esta crise que a Igreja está inserida e, de alguma forma, precisa dar uma resposta que crie a possibilidade de transformação social.
Quanto a América Latina, Samuel Escobar afirma que, a década de 80 tem sido chamada de “década perdida”, por causa da deterioração visível das condições sociais em toda a América Latina.
Qual deve ser a resposta da Igreja num momento difícil como o que vivenciamos, principalmente, como lembra-nos Paul Freston a coincidência do crescimento evangélico com as crises sociais e religiosas não produzirá, por si só, efeitos históricos saudáveis. Pelo contrário, a visibilidade crescente tem deixado dolorosamente expostas as carências teológicas, éticas e pastorais? Sem duvida alguma o desafio que temos diante de nós é maior do que normalmente aquilatamos.
Entendo que, diante do aumento da pobreza, do aumento da violência e da criminalidade que testemunham o caos estabelecido no mundo, a compreensão da prática de Jesus diante do sofrimento humano, não apenas nos desafia, mas, nos dá as bases necessárias para que encontremos o paradigma para uma Ação Social efetiva por parte da Igreja.
Significa dizer que a melhor maneira da igreja romper com o silêncio e a indiferença, promovendo mudanças radicais neste mundo em crise, deve começar pelo retorno às Escrituras onde encontraremos as verdades essenciais para o cumprimento da nossa vocação.



Pr. Calvino Rocha
Citações:
Caio Fábio D”Araújo Filho, “A Igreja Evangélica e o Brasil, Profecia, Utopia e Realidade, p.16, 17 e 20
Samuel Escobar, Desafios da Igreja na América Latina, p. 17
Paul Freston, Fé Bíblica e Crise Brasileira, p. 5 e 6

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